
O PSB está confiante em relação à filiação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, cotado para ser o candidato do partido na eleição presidencial. As conversas já duram meses, com longos momentos de silêncio por parte do ex-ministro da Suprema Corte. Nos últimos dias, porém, Barbosa voltou a conversar com os socialistas.
O movimento ocorreu após descartar a hipótese de ser vice na chapa da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade), que fez o convite por meio do ex-ministro do Supremo Carlos Ayres Britto.
Nos últimos dias, Barbosa se reuniu em São Paulo com o vice-governador e pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes Márcio França. Esteve também com o governador de Pernambuco Paulo Câmara, em conversa no Rio de Janeiro.
A reaproximação foi mediada pelo deputado Alessandro Molon (RJ), recém filiado ao PSB. O parlamentar é próximo de Barbosa e tem feito o trabalho de articular a ponte dele com o partido, o que reanimou a cúpula do PSB.
A expectativa é de a filiação de ocorrer antes do prazo limite para que possa concorrer ao Palácio do Planalto, o dia 7 de abril, logo após a Páscoa.
Barbosa também voltou a conversar com a bancada do PSB no Congresso e com o presidente da legenda, Carlos Siqueira. “Essa semana voltei de Brasília com o sentimento que temos uma possibilidade crescente dele se filiar ao PSB”, diz o vice-presidente de Relações Governamentais da legenda, o ex-deputado Beto Albuquerque. “Ele (Barbosa) ficou um período sem contato com o partido e mais recentemente voltou a conversar”, afirma.
Albuquerque, contudo, defende que Barbosa passe por um período de adaptação no partido "para ter confiança no discurso que vai fazer" antes de decidirem pela candidatura à Presidência da República. “A ideia é que ele não virá já com a tese decidida de ser candidato. Ele vem para ter um período de adaptação, convivência, de discussão dentro do PSB e tenha um tempo de alguns meses já filiado para decidir se será ou não candidato”, sugere.
Essa hipótese é a que menos agrada ao ex-ministro do STF. Barbosa quer chegar ao partido já como candidato ao Planalto. Caso contrário, ele não se filia. “Chegar para não ser candidato é difícil”, diz uma pessoa próxima a ele.
O impasse foi o tema da conversa com França e Câmara. O presidente da legenda está negociando com o colégio eleitoral socialista para referendar Barbosa na convecção que escolherá seu candidato.
O PSB entende que é importante apresentar candidatura própria nesta eleição, quando outros partidos de esquerda disputarão o Planalto. Caso de PCdoB, com Manuela D'Ávila, e o PDT, com Ciro Gomes. A exposição é vista como necessária para formar um bancada forte no Congresso, o que garante acesso ao fundo partidário.
Por Nivaldo Souza
Com informações da Revista Carta Capital
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