Pra um time que até este domingo havia vencido apenas sete partidas em 37 rodadas, a tarefa de vencer o Palmeiras, um dos elencos mais qualificados do Brasil, a missão era praticamente impossível. Para piorar, o Cruzeiro não dependia das próprias pernas para se salvar do rebaixamento: a equipe mineira precisava torcer por uma derrota do Ceará contra o Botafogo. Nem uma coisa, nem outra, e o time cruzeirense irá disputar pela primeira vez em 98 anos de história a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Após o primeiro gol palmeirense, o que passou a se ouvir no estádio eram sons de bombas. Aos 35 minutos de jogo, quando o jogo já estava 2 a 0 para a equipe paulista, o árbitro da partida entre Cruzeiro e Palmeiras decidiu encerrar a partida por falta de segurança. No Estádio Nilton Santos, Botafogo e Ceará empataram em 1 a 1, resultado esse que já garantia o time nordestino na Série A em 2020. Há relatos de torcedores feridos no confronto com a Polícia, que foram atendidos e levados ao Ambulatório do Mineirão.
O rebaixamento é uma consequência desastrosa à temporada caótica dentro e fora de campo. Se os primeiros meses de 2019 seguiam a toada dos últimos anos – o Cruzeiro foi bicampeão da Copa do Brasil em 2017 e 2018 -, no restante da temporada o Cruzeiro viveu um processo de decadência que, não por coincidência, começou com uma denúncia de corrupção de dirigentes celestes.
O título do Campeonato Mineiro e a boa campanha na fase de grupos da Libertadores fizeram o time cruzeirense ser muito elogiado no início do ano, mais precisamente até o mês de abril. Em maio, começaram os problemas. Uma investigação da Polícia Civil resultou em uma denúncia de transações irregulares e uso de empresas de fachada para ocultar crimes cometidos dentro do clube. Isso gerou enorme instabilidade na equipe e não demorou para que os maus resultados aparecessem.
Após a Copa América, o Cruzeiro foi eliminado da Libertadores pelo River Plate e da Copa do Brasil pelo Internacional. A campanha no Brasileirão foi ruim desde o início, mas no clube sempre prevaleceu a certeza de que quando a equipe se dedicasse com afinco à competição, as vitórias surgiriam. Mas não surgiram.
A troca de Mano Menezes, bicampeão da Copa do Brasil, por Rogério Ceni resultou em um desastre. O jovem técnico não conseguiu domar as “feras” do elenco, especialmente Thiago Neves, e durou pouco no cargo.
A seguir, chegou o veterano Abel Braga, muito mais agradável para os atletas, mas o carioca não foi capaz de tirar o Cruzeiro do buraco.
A três rodadas do fim, chegou Adilson Batista, antigo ídolo da torcida celeste.
Com informações da Revista Veja
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