18 de outubro de 2014

Dilma afirma que PT não é ‘de briga’, mas sabe reagir a provocações

Dilma faz campanha em Florianópolis (Foto: Divulgação)
A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse, na tarde desta sexta-feira em Curitiba, que o PT “não é de briga”, mas sabe reagir quando provocado pelos adversários. A frase foi dita durante discurso realizado para cerca de cinco mil pessoas, em cima de um carro de som, no centro da capital paranaense.

— Não somos de briga, mas quando nos desafiam a gente encara uma boa briga — disse a petista, que voltou a enfatizar que, no segundo turno, estão em discussão dois projetos e que “o povo não vai querer voltar atrás”:

— Vamos mostrar que o Brasil não quer mais ficar de joelhos diante do FMI, pois eles (PSDB) quebraram o Brasil três vezes — salientou a presidente, lembrando aos presentes que o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso registrava um índice de desemprego maior do que o atual e os salários achatados.

— Agora dizem que vão fazer do Bolsa Família programa de estado, mas quando puderam não fizeram, não vão fazer. Quando puderam fazer escolas técnicas, não fizeram, e sucatearam as universidades públicas. Não olharam para pequenos agricultores e indústria, e agora querem acabar com a indústria — atacou.

Dilma ainda lembrou que, durante a mais recente crise econômica mundial, houve 100 milhões de desempregados nos países considerados desenvolvidos. Nesse período, ela ressaltou que no Brasil, durante o governo petista, foram criados mais de 12 milhões de empregos com carteira assinada.

A presidente ainda falou que Aécio, se eleito, vai acabar com o BNDES, a Caixa e o Banco do Brasil e lembrou que juntos, esses bancos ajudaram a financiar a construção de 3,7 milhões de moradias.

— O Brasil está sendo construído pela garra do povo, que não quer andar para trás, quer seguir em frente.

A presidente desfilou de caminhonete por ruas da centro de Curitiba, acompanhada do vice-presidente Michel Temer (PMDB), do candidato ao governo paranaense derrotado Roberto Requião (PMDB), e do deputado Zeca Dirceu (PT), filho do ex-ministro José Dirceu. A candidata do PT ao governo paranaense, Gleisi Hoffmann, derrotada no estado, não foi ao evento. Segundo o coordenador de campanha de Dilma, o ex-ministro Miguel Rossetto, Gleisi se ausentou por ter ido ao aeroporto recepcionar a candidata a deputada federal mais votada no estado nestas eleições, Christiane Yared (PTN), que fazia parte da coligação da petista.

Sem demonstrar cansaço ou qualquer sintoma de mal estar, apesar do calor de 30 graus em Curitiba, Dilma disse que só tinha uma palavra para os militantes do partido, que se aglomeravam na praça desde cedo:

— Este é um grito de guerra: vamos ganhar a eleição no dia 26 (...) Temos de estar fortes e precisamos de cada um de vocês. Temos que ir de casa em casa, para convencer os amigos e parentes e mostrar para eles as consequências do Brasil voltar para trás. Mostrar o que aconteceu quando eles governaram o pais, e o que aconteceu com os trabalhadores, com os estudantes e com as donas de casa — disse Dilma.

No comício-relâmpago, Roberto Requião e Michel Temer também discursaram em cima do caminhão de som. O primeiro deu a entender, num determinado momento, estar dando um recado indireto à Gleisi Hoffmann.

- Os que não estão no palanque vão se arrepender, porque a Dilma será vitoriosa - disse Requião.

A visita de Dilma a Curitiba durou aproximadamente uma hora, o suficiente para a caminhada pelo centro. Ela faz um esforço para virar o resultado da eleição, que lhe foi desfavorável no primeiro turno, quando Aécio Neves venceu por boa margem de votos. No Paraná, Aécio fez 50% dos votos, contra 33% de Dilma. Em Curitiba, Aécio ficou em primeiro com 55% dos votos, contra 20% de Marina e Dilma ficou em terceiro com 18% dos votos.

Mais cedo, em Florianópolis, Dilma reforçou que não pretende mudar o tom adotado nos últimos debates da TV contra seu adversário. Questionada sobre o tom agressivo do encontro promovido nesta quinta-feira, no SBT, a petista se defendeu, dizendo que foi atacada primeiro por Aécio.

— Eu não estou levando (as discussões) para esse rumo. Eu fui levada a esse rumo — disse, em Florianópolis, onde participou de um encontro com prefeitos e vice-prefeitos catarinenses.

— Acredito que os debates seriam melhores se fossem propositivos. Tenho um conjunto de propostas a fazer, algumas delas já são realidade — acrescentou ela, ao falar de programas de seu governo, como o Pronatec.

A presidente falou que não fugirá de temas em debates quando provocada pelo adversário:

— Não posso me furtar ao debate que vier porque sou candidata. Não posso usar nenhum artifício e fugir das discussões.

Questionada sobre um suposto convite que teria feito ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para assumir o Ministério das Cidades, Dilma negou a informação:

— Eu não tenho a menor ideia de quem o indicou. Não fui quem indicou e nem fui eu quem nomeou, porque ele jamais foi ministro das Cidades no meu governo. Convidado, ele só pode ser por mim. Ele nunca foi uma pessoa da minha confiança.

Com fisionomia cansada, a presidente foi questionada por jornalistas sobre a sua saúde após se declarar “estouradaça”.

— Tem esse problema de se não comer, passa mal. Agora está tudo bem.

A exemplo do que disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, durante visita ao estado durante a mais recente onda de ataques criminosos, Dilma defendeu uma integração entre União, estados e municípios para combater o crime organizado.

Agência Miséria

O Globo.com

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