Cenipa/Divulgação
Acidente na chácara Recreio São Joaquim, em Goiás, em junho do ano passado. Tripulante e passageiro saíram ilesos.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) produziu 45 relatórios finais de acidentes que ocorreram entre 2002 a 2015 a respeito da queda de aeronaves no Brasil que tiveram como principal causa a falta de combustível, conhecida como “pane seca”. Desses acidentes, 27 ocorreram em áreas rurais. Ao todo, 11 pessoas morreram das 107 que estavam a bordo de aviões e helicópteros acidentados. Outras sete foram feridas gravemente.
Por conta desses acidentes, foram expedidas 81 recomendações de segurança de voo das quais 61 são direcionadas para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nessas recomendações constam medidas como realizar gestões junto aos pilotos envolvidos e a divulgação do conteúdo dos relatórios em seminários, palestras e outros tipos de apresentações voltados aos proprietários de aeronaves, por exemplo. A Anac não explicou, até o fechamento desta reportagem, como tem atendido às recomendações.
Em uma das quedas que envolveram um helicóptero, a aeronave decolou de um condomínio privado na cidade de Fronteira (MG), com destino ao aeródromo de São José do Rio Preto (SP). Durante o percurso, o piloto constatou uma pane no motor o que fez com que ele realizasse uma colisão contra o solo durante o pouso. Das quatro pessoas que estavam a bordo, três não tiveram ferimentos graves.
“Responsabilidade é do piloto”
O especialista em aviação civil João Carmo explica que a decisão da quantidade de combustível que será abastecida antes do voo é tomada pelo comandante da aeronave em questão e que a competência de abastecer cabe a algum dos tripulantes. Além disso, Carmo lembra que o plano de voo inclui a informação da quantidade de combustível definida pelo piloto e que ela passa por uma revisão na sala de tráfego. “O formulário é avaliado pelo órgão de controle, no caso, pela sala de tráfego, para verificar se a aeronave preencheu os dados de acordo com o requisito”, afirma.
“Pouco combustível também é pane seca”, explica o especialista e acrescenta que a falta de combustível pode vir por diversas causas. “Ela (pane seca) pode ocorrer por falha técnica, por exemplo, vazamento de combustível ou porque o piloto decidiu voar além do limite que a aeronave comporta”.
Consumo do combustível
Segundo professor de aviação civil, há variáveis que podem influenciar o consumo de combustível das aeronaves. “A altitude de voo, assim como o vento, alteram o consumo pelo fato de mudarem os tempos de voo. Por exemplo, quanto mais alto, economiza mais combustível. Essas coisas não só podem como devem ser previstas”, disse.
Com informações do Congresso em Foco
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