O tapa desferido pelo capitão Allan
Kardek na advogada Astesia Teixeira foi um dos assuntos mais comentados nas
redes sociais durante a semana, mas trouxe à tona algumas feridas na Polícia
Militar do Estado do Ceará, que há tempos as gestões anteriores deixaram de
lado.
Em
meio à polêmica, também se estabeleceu um grito de socorro dos agentes da
segurança pública do estado do Ceará, que ficaram expostos ao aumento da
violência no decorrer dos anos.
O
policial militar, atualmente, está inserido em uma “rotina” de perder um ou
dois colegas de trabalho todo mês devido à violência, passar por tiroteios,
presenciar mortes em conflito, pobreza nas comunidades, em meio à sensação de
impotência e sem acompanhamento psicológico algum.
Policiais
de destacamento de Interior são atacados por assaltantes de banco armados de
fuzis e se defendem com pistolas de calibre .40; agentes penitenciários que,
desde o ano passado, estão mudando de município após ameaça de chefes de
facções; casos de suicídio de policiais no Interior.
Como
ser humano, o policial que é exposto a traumas estaria preparado para atuar em
área de conflitos? Por mais que haja treinamento policial, se não for analisada
a situação de estresse pós-traumático dentro dos órgãos de segurança, casos
como o da agressão da avenida Beira Mar serão cada vez mais comuns.
A
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) parece ter se
aproximado dos agentes e tomou ciência das carências da categoria - anunciou um
núcleo integrado para atendimento psicológico, compra de fuzis e o governo
garantiu que todos os PMs vão ter arma. Mas um problema que vem se arrastando por
anos, certamente, ainda deve demorar para ser resolvido por completo.
Por Jéssika
Sisnando
jessikasisnando@opovo.com.br
Jornalista
do O POVO
Com informações do Jornal O Povo
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