26 de dezembro de 2017

A origem social dos três maiores clubes da capital cearense

Ceará, o time do povo
O clube do Ceará Sporting Club foi fundado no dia  2 de junho de 1914, pelos jovens Luís Esteves Júnior e Pedro Freire, durante um encontro à tarde no Café Art Noveau, que funcionava na Praça do Ferreira. Passando por algumas denominações até chegar na que conhecemos hoje. A fama de ”time do povo” é um dado histórico e atribuído ao alvinegro, pois, na época em que o futebol estava se popularizando, o alvinegro ficou conhecido como o time acolhedor, pelo motivo do futebol ser um esporte praticado em sua grande parte pelas elites locais. Assim como o Vasco no Rio de Janeiro, o vovô aceitava jogadores das camadas mais pobres da sociedade, pois visava exclusivamente o futebol, apesar de ter gente de boas condições na diretoria do clube. Atualmente, com o futebol mais popular o vozão continua com a predominância de time do povo, até mesmo pelo motivo de nunca negar as origens sociais.
Estádio com fábrica operária logo atrás
Ferroviário, o time operário
Na década de 30 surge a ”febre” dos clubes operários e dentre os vários clubes fundados destaca-se o Ferroviário, por ser o clube fabril que fez mais sucesso no campeonato cearense. Alguns outros clubes operários no estado são: Sem Rival Sport Club, Graphico Esporte Clube, Estrela do Mar, Nacional, Tramways e o Volante. Em 9 de maio de 1933 no Setor de Locomoção da Rede de Viação Cearense (RVC), surge o Ferroviário Atlético Clube, um dos clubes com maior expressão esportiva de raízes operárias do Brasil, símbolo da democratização do futebol nacional e precursor do futebol profissional do Ceará. Assim como o Ceará, a equipe do Ferroviário não tinha restrições de classes sociais, até mesmo por ser um time formado por trabalhadores operários, não tinham como ter esse tipo de preconceito.
Fortaleza, o time da elite
No final da década de 10, surge o Fortaleza Esporte Clube. Fundado por Alcides Santos, filho do professor e político Agapito dos Santos, o desportista tinha uma boa classe social, além disso, estudou na Europa de onde trouxe a paixão pelo esporte. O clube tricolor ficou conhecido como ”time da elite”, pois, a maioria de seus dirigentes eram pessoas do alto escalão da sociedade cearense, com ótimas condições financeiras. Assim como o Fluminense (RJ) o tricolor de aço tinha um certo preconceito com jogadores de classe mais baixa, dando preferencias a filhos de pessoas com prestígios no estado do Ceará. Atualmente, o Fortaleza não tem mais essa fama de time das classes mais altas, pois, com grandes projetos de popularização como marchinhas de carnaval, festas antecedendo os jogos e a ida em escolas para aumentar o número de crianças torcedoras do Leão, que lhe rendeu o apelido de ”Clube da Garotada”, aumentou a popularidade do clube,  além de abrir espaço para que pessoas de baixa renda possam ter uma maior paixão pelo Leão do Pici.
Por Bruno Barreto
Com informações do futebolcearenseonline.com

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