20 de março de 2018

Putin vence eleição por ampla margem

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Vladimir Putin venceu as eleições presidenciais russas com ampla vantagem no domingo 18. Aos 65 anos, ele se reelegeu para um quarto mandato que se estenderá até 2024.   
Com 99,8% da apuração completada, o presidente russo obteve 76,67% dos votos. É um número maior que os 63,6% alcançados em 2012 e que as pesquisas de opinião indicavam nas últimas semanas, segundo a Comissão Eleitoral.
O chefe de Estado superou o candidato do Partido Comunista Pavel Grudinin (cerca de 12% dos votos), o ultranacionalista Vladimir Jirinovski (cerca de 6%) e a jornalista vinculada à oposição liberal Ksénia Sobtchak (1,5%).
Putin disse aos seus simpatizantes, reunidos nas imediações do Kremlin, que via na vitória "a confiança e a esperança" do povo russo. "Vamos trabalhar duro, de forma responsável e eficiente", assegurou. E prosseguiu: "Vejo o reconhecimento do fato de que muitas coisas foram realizadas em condições muito difíceis."
Durante o atual mandato de Putin, os preços do petróleo desabaram, provocando escassez de divisas, o que se somou às sanções do Ocidente pela anexação russa da Crimeia.  
Putin é elogiado por ter devolvido a estabilidade ao país, após a caótica década de 1990. Seus críticos, por outro lado, afirmam que isso veio às custas das liberdades individuais.  
A taxa de participação nestas eleições deve ficar em torno de 60%, segundo a Comissão Eleitoral. Caso isso se concretize, ela será menor que os 65% de 2012, apesar dos esforços feitos pelo Kremlin para mobilizar os eleitores neste pleito, cujo resultado todos davam por certo.
Mas seu principal opositor, Alexei Navalny, impedido de disputar as eleições por uma condenação judicial, acusou o Kremlin de aumentar artificialmente a mobilização, enchendo as urnas ou organizando o transporte maciço de eleitores às seções eleitorais.  
"Precisam de participação. O resultado é que a vitória de Putin com mais de 70% [dos votos] se decidiu de antemão", disse Navalny à imprensa.
A ONG Golos, especializada em vigilância eleitoral, disponibilizou um mapa das fraudes em seu site na internet, no qual denunciou mais de 2,7 mil irregularidades como o preenchimento de urnas, votos múltiplos ou obstáculos ao trabalho dos observadores.
"Está claro que as eleições não são justas", disse o comunista Grudinin, citado pela agência de notícias Interfax.   
A presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, considerou, no entanto, que as irregularidades comprovadas foram "relativamente baixas" e acrescentou que a votação foi transparente.   
As autoridades fizeram uma campanha maciça de informação e incitação ao voto, facilitando a participação fora das circunscrições de residência, mas também, segundo a imprensa, pressionando funcionários públicos e estudantes a votar.
Com informações da Agência Brasil

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