16 de março de 2022

Comando do União Brasil no CE fica com Capitão Wagner

A presidência estadual do União Brasil, que surge da fusão entre DEM e PSL, ficará com o deputado federal Capitão Wagner, que sai do Pros para disputar o Governo do Estado pelo novo partido. A legenda recém-criada aparece no cenário político como a maior em representação na Câmara dos Deputados – embora deva perder alguns dos parlamentares após sua efetivação – e consequentemente contará com uma parcela substantiva do fundo eleitoral este ano.

O martelo foi batido na manhã desta terça-feira (15) após meses de disputa entre Wagner e o primeiro suplente de senador Chiquinho Feitosa, originário do DEM, que é aliado do grupo dos Ferreira Gomes no Ceará. Com isso, o União Brasil se efetiva como partido de oposição para a disputa estadual de 2022, como já era a tendência apontada. O Capitão ainda deve atrair aliados para a legenda, como os deputados estaduais Soldado Noelio (Pros) e Fernanda Pessoa (PSDB), além dos federais Vaidon Oliveira (Pros) e Danilo Forte (PSDB). O prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PSDB), também deve acompanhar.

No Ceará, a disputa pelo comando do União espelha a que ocorreu simultaneamente no PL, ao qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou recentemente. O partido, comandado localmente pelo prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, encontrava-se em posição de apoio à base governista de Camilo Santana (PT), sendo o próprio Acilon aliado do grupo político que hoje está no poder no Ceará. O deputado estadual André Fernandes, recém-filiado e aliado de Bolsonaro, tentou se efetivar no comando do partido, mas a executiva nacional decidiu por manter o prefeito do Eusébio no cargo. O PL cearense fará campanha para Bolsonaro este ano, mas ainda não está clara a postura que Acilon, na posição de presidente estadual da legenda, terá sobre seus aliados históricos na base governista.

Planalto
O União Brasil, nacionalmente, hoje em dia atua para se viabilizar na disputa presidencial – na última semana, durante a propaganda eleitoral, o partido anunciou que terá candidato ao Palácio do Planalto. No Ceará, o lançamento de um candidato próprio poderá ser um empecilho para o apoio mútuo entre Wagner e Bolsonaro, que busca a reeleição. Os dois estiveram juntos em evento do governo federal no Ceará já este ano, com declarações de apoio, sinalizando que estarão lado a lado na disputa – um no Ceará, outro em âmbito nacional.
A possibilidade de uma candidatura própria do União, no entanto, obrigaria Wagner a apoiar seu postulante pelo menos no primeiro turno da eleição – ou, no mínimo, o impediria de manifestar apoio à reeleição de Bolsonaro, conforme ordena a lei eleitoral.

Criação
O nascimento do União Brasil foi aprovado no último mês pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em decisão unânime dos ministros, na ação relatada por Edson Fachin. Ao votar, ele afirmou que verificou neste caso “o cumprimento de todos os requisitos necessários para a fusão de partidos políticos”.

Ao começar a atuar, o partido surge como o maior em representação na Câmara dos Deputados: o PSL e o DEM têm, juntos, 81 cadeiras na casa, à frente do segundo colocado, o PT, que tem 53. No entanto, a tendência é de que entre 20 e 30 deputados bolsonaristas do PSL deixem a legenda para se filiar ao PL, que atualmente tem em seus quadros o presidente Jair Bolsonaro. Ele se elegeu pelo então diminuto PSL em 2018, mas se desfiliou da sigla no ano seguinte. O novo partido contará com quase R$ 800 milhões de fundo eleitoral para distribuir aos seus candidatos.

Com informações do Jornal oestadoce.com

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