30 de janeiro de 2014

Técnica simples transforma mato seco em forragem para caprinos, ovinos e bovinos

A Amonização de palhada mantém o peso dos animais e diminui gasto do produtor nos períodos de escassez de comida

Um dos problemas que os produtores que trabalham na área de sequeiro enfrentam é conseguir alimento para os animais. Quando ocorre a escassez de feno e silagem, muitos acabam recorrendo às rações, vendidas a altos preços no comércio. Para amenizar esse problema, uma técnica simples transforma mato seco em forragem para caprinos, ovinos e bovinos. A técnica, chamada de amoniação ou amonização de palhada, consiste em adicionar ureia e água, enriquecendo assim a palhada, feita com qualquer tipo de mato, e mantendo pelo menos o peso dos animais.

Segundo Daniel Miranda, técnico da Embrapa Semiárido, praticamente todos os tipos de mato podem ser utilizados. Como exemplos, ele cita a palha de milho, de feijão, de arroz, restos de cultura, ou seja, materiais que o produtor joga fora.

"A ureia é diluída na palha seca e, após 20 dias, pode ser oferecida aos animais. Deve ser usada a proporção de 100kg de palha para 5kg de ureia, diluído em 25l de água. Depois que a palha é recolhida, diluímos a ureia na água. Após esse procedimento, colocamos o produto na palha e cobrimos com um plástico, deixando por 20 dias com o plástico folgado", explica o técnico.

Ele conta que o plástico precisa estar folgado porque, depois que a ureia é diluída em água, se transforma em um gás chamado amônio. Já os 20 dias de repouso são o período necessário para que a ureia penetre nas fibras, amolecendo a palha.

"No momento em que o produtor for abrir o plástico para fornecer aos animais, ele deve tomar cuidado, pois o gás é inflamável. Por exemplo, ele não deve estar fumando nesse momento. Além disso, não deve deixar crianças manipularem o material", orienta Miranda.

Ele ressalta que essa técnica serve somente para manter o peso do animal, ou seja, deve ser usada somente depois que o feno e a silagem acabarem. Ainda de acordo com ele, como o animal não costuma comer esse tipo de palha, o produtor deve retirá-la do plástico 24 horas antes de fornecê-la para que saia um pouco do excesso de amônia. "A técnica é mais viável economicamente nos momentos de escassez dos outros produtos na fazenda. Isso porque o produtor consegue evitar a compra de ração cara no comércio", garante.

O técnico acrescenta também que a palhada enriquecida oferece aos animais aproximadamente 9% a mais de proteína e que é importante aprender a realizar a técnica porque os produtores que trabalham na área de sequeiro têm dificuldade em conseguir alimento para os animais, o que não acontece mais ao aproveitar os restos de cultura.

 Capril Virtual

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