O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) conta com a possibilidade da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara "cair no colo" de seu partido e ele suceder o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando do grupo de trabalho. "O PT vai ter de rebolar para tirar essa comissão de mim se ela cair no colo do PP", provocou.
Bolsonaro diz ter o amplo apoio de seu partido para indicá-lo à presidência da comissão e o respaldo da bancada evangélica, esta interessada em manter o domínio sobre a pauta do grupo. "Vou compor com o Feliciano", avisou. Para o deputado, o controle da comissão pode dar ao PP a mesma "visibilidade" que o PSC ganhou com a turbulenta gestão do pastor.
A cúpula do PT na Câmara chegou à conclusão de que o partido deve retomar o controle da comissão este ano. "Tenho uma preocupação com Direitos Humanos. Não gostaria que acontecesse (este ano) o que aconteceu no ano passado", afirmou no início da semana Vicentinho (SP), novo líder do partido na Casa, durante a primeira reunião da bancada comandada por ele. O PT tem direito a escolher a presidência de três comissões e a prioridade absoluta para os petistas é a de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante do Parlamento.
Após tomar conhecimento do interesse de Bolsonaro pela comissão, a preocupação dos petistas e dos deputados que atuam na área aumentou mais. "Então já atingi meu objetivo: desgastar o PT", ironizou o parlamentar do PP.
Ele admite que o foco do seu partido é conseguir o controle da Comissão de Minas e Energia, mas acredita que há chances da sigla presidir Direitos Humanos. Se isso acontecer, Bolsonaro diz que colocará em discussão temas como a redução da maioridade penal e a redução da idade para que mulheres possam se submeter à cirurgia de laqueadura. "Vou apertar o pé no acelerador", disse.
Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo
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