O cearense Rosier Alexandre é um dos seis brasileiros que estão nesse momento no Everest, onde uma avalanche matou pelo menos 13 pessoas na última sexta-feira, de acordo com as agências internacionais. No entanto, o Rosier afirma que esse número é maior.
- A tristeza não podia ser maior. Estamos em clima fúnebre, todos tentando nos refazer. São 15 corpos resgatados e ainda tem desaparecidos - conta o cearense, por email. - Foi muito doloroso ver os corpos congelados trazidos pelo helicóptero e serem empilhados próximo a minha barraca. Foi assustador.
Rosier está no Everest numa expedição com mais 15 pessoas. No momento da avalanche, ele estava no acampamento base e nada sofreu, mas três sherpas nepaleses que trabalhavam como guias de seu grupo estavam num ponto mais avançado da montanha e não resistiram.
- Eram três pessoas super simpáticas, alegres. Nós estávamos convivendo estreitamente desde o dia 4 deste mês - disse Rosier, relatando detalhes da tragédia. - Os sherpas fizeram tudo correto, mas estavam atravessando uma terrível e assustadora cascata de gelo na hora da tragédia. O que aconteceu foi uma fatalidade.
Apesar do clima na montanha ser o pior possível, o cearense ainda planeja continuar a escalada até o ponto mais alto do mundo.
- Pretendo subir, mas preciso avaliar algumas situações. A primeira é a condição psicológica e física do meu guia e dos meus sherpas que, além de verem (a avalanche), fizeram um esforço sobre humano no resgate dos corpos - afirmando que não é o único brasileiro no Everest nesse momento. - Mais cinco brasileiros estão na montanha nesse momento.
Rosier nasceu em Taipa, zona rural do Ceará, e trabalhou como agricultor até os 15 anos de idade. Ele chegou a ser engraxate e vendedor de fruta antes de ganhar certa notoriedade ao se tornar o primeiro nordestino a escalar o Acóncagua (6.962m), na Argentina, que é considerada a maior montanha do mundo fora da Ásia.
O Globo
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