Da sua primeira passagem pelo futebol cearense, em 2013, boas lembranças não sobraram. O atacante Anselmo vestiu a camisa do Ceará sem sucesso. Enfrentou problemas pessoais. Entrou em depressão. No fim de 2015, aos 35 anos, assinou com o Fortaleza para superar seus fantasmas. Conseguiu. Um dos três artilheiros do Brasil no ano, vive a expectativa de levantar a taça do bicampeonato estadual, amanhã, no Castelão. Para Anselmo, o 2016 é de redenção.
Quando o jogador chegou ao Pici em dezembro passado, os olhares da torcida eram de desconfiança. Afinal, os tricolores carregavam na memória a última passagem dele pelo futebol cearense, quando fez apenas dois gols em 16 jogos vestindo a camisa do Ceará, uma experiência que o atacante admite ter sido “decepcionante”.
Em entrevista ao O POVO, Anselmo recorda que foi vítima de roubo quando morou pela primeira vez na Capital, situação que optou por não detalhar. “De uma hora para outra me vi sem chão, porque sumiu tudo, foi roubado tudo e ainda por cima fiquei devendo”, conta o atleta.
Na época, apenas a esposa soube da depressão enfrentada por conta das sucessivas tragédias na vida pessoal. Anselmo engordou e, pela primeira vez, ficou acima do peso na carreira.
A família e os amigos foram fundamentais para a superação. A retomada veio aos poucos. Em 2014, marcou três vezes vestindo a camisa do Linense. Em 2015, fez 16, somando passagens por Macaé e Boavista.
Ao mesmo tempo que se recuperava, o camisa 9 alimentava a vontade de ‘acertar as contas’ com o futebol cearense. E então uma coincidência ajudou a trazê-lo para o Leão. “Uma semana antes de eu receber o convite do Fortaleza, meu filho tinha me perguntando quando a gente voltaria ao Beach Park, que era um sonho dele estar voltando para cá”.
Vestindo azul, vermelho e branco tornou-se decisivo. Neste início de ano, já são 15 gols marcados. É artilheiro do futebol cearense e vice-artilheiro do País. A temporada, segundo ele, se desenha para se tornar a melhor de sua carreira. Hoje a torcida leonina não esquece seu nome nas arquibancadas. Ganhou da geral o grito “Anselmo é Baile de Favela”, dentre outros.
Tanto com Flávio Araújo quanto com Marquinhos Santos, ele conseguiu brilhar. Mas garante que, com o atual técnico, está mais confiante em ter um ano especial, culminado no retorno à Série B do Brasileiro. “Hoje tenho uma liberdade maior para jogar e marcar gols”, diz Anselmo, o iluminado.
O Povo
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