Chegou a cinco o número de mortes confirmadas por febre chikungunya no Ceará. Outras 40 estão sob investigação. A epidemia da doença, que começou no ano passado e cresceu neste ano, iniciou corrida da população a farmácias e supermercados em busca de repelentes e inseticidas. Contudo, eficácia das proteções químicas é restrita, alerta secretário da Saúde do Estado, Henrique Javi. Expectativa é de que o surto da doença sofra queda no segundo semestre deste ano.
Estado soma 41,7 mil casos notificados da febre e 13,3 mil confirmados. Os dados representam aumento de 420,6% do número de suspeitas e de 142,4% nas confirmações da doença em relação ao mesmo período do ano passado. O balanço da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) foi divulgado ontem e inclui ocorrências a partir de 1º de janeiro. Dos óbitos confirmados, dois foram registrados na Capital. Beberibe, Caucaia e Pacajus completam a lista. Os mortos têm idade variando de dez dias a 74 anos.
De acordo com o titular da Sesa, áreas mais populosas do Ceará são as que mais preocupam devido à dificuldade de conscientizar a população sobre os riscos dos criadouros de Aedes aegypti. “O meio mecânico é o que temos que trabalhar porque, depois que o mosquito voa, inseticidas e repelentes terão limitações”, alertou. Conforme Javi, na busca pela sobrevivência, o mosquito consegue romper essas barreiras.
Segundo ele, o inseticida será inútil se o vetor tiver colocado ovos. “Num ambiente, se todos usarem repelente e tiver o Aedes, ele vai picar alguém. Ele não vai deixar de picar por conta do repelente”, explicou. A indicação é que o produto seja usado nos grupos mais suscetíveis, como crianças, gestantes e idosos. “Assim, esse grupo fica protegido e o mosquito vai buscar quem não está com repelente”, concluiu. Locais com água suja também podem abrigar larvas do mosquito, caso ele não encontre os criadouros ideais.
Foram esses mecanismos de sobrevivência que ajudaram o crescimento do número de casos da chikungunya no Ceará. Além disso, Javi destacou a descontinuidade de ações municipais de combate e a suscetibilidade da população, que começou a ser exposta ao vírus com maior frequência no ano passado. A esperança é de que, com o surto deste ano, maior parte da população fique imunizada e os números apresentem queda no segundo semestre.
Lixo
Para o secretário, o lixo espalhado pelas ruas não é fator determinante para a epidemia de chikungunya no Estado. Ele reafirmou o que foi apontado pelo prefeito Roberto Cláudio nesta semana. Ambos defendem que 81% dos focos são encontrados nas residências. “O ambiente doméstico é o mais perfeito para a reprodução. O lixo propicia criadouros artificiais, mas a limpeza seletiva ocorre em ciclos inferiores a uma semana”, defendeu Javi.
Números
40 óbitos estão em investigação pela Secretaria da Saúde do Estado
13,3 mil casos de chikungunya foram confirmados este ano no Ceará
Por Igor Cavalcante
Com informações do Jornal O Povo
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