Um bebê de
Medellin, na Colômbia, foi salvo graças a uma transfusão realizada com o sangue
de um doador cearense. O sangue doado é de um tipo raro chamado "hh"
ou fenótipo Bombaim. A paciente é uma menina de um ano e dois meses que
apresentava sangramento digestivo grave e precisava de transfusão urgente.
A bolsa de
sangue de 350 mm foi enviada na segunda-feira (10), e a transfusão ocorreu em
Medellin nesta quarta (12).
O sangue raro
foi identificado em um jovem cearense de 23 anos. "O primeiro passo foi
entrar em contato com o doador e convidá-lo a realizar a boa ação. Quando
liguei e contei sobre o caso, ele mostrou-se sensível à atitude solidária e já
no dia seguinte esteve no Hemoce doando sangue", diz Nágela Lima,
coordenadora da captação de doadores.
No Brasil,
apenas 11 famílias possuem esse tipo de sangue, conforme a Secretaria da Saúde.
De acordo com a hematologista Denise Brunetta, coordenadora do laboratório de
Imuno-hematologia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), o
doador cearense faz parte de uma dessas famílias. "Todo o sangue doado no
Hemoce passa por um processo de análise e testes que incluem tipagem ABO e RH e
pesquisa anticorpos irregulares", explica.
Muito raro, na
Índia a prevalência desse fenótipo é de um a cada 10 mil e na Europa, um a cada
um milhão. O fenótipo Bombaim não tem o antígeno H nas células vermelhas do
sangue. Pessoas com esse tipo de sangue só podem receber doação de outras que
tenham o mesmo tipo sanguíneo. Também é conhecido como "falso O", o
grupo sanguíneo de Bombaim não tem nenhum antígeno ABO, nem H.
Compatibilidade
Ser deficiente
para a enzima H não causa doença, mas se uma transfusão sanguínea for
necessária, pessoas com fenótipo Bombaim podem receber sangue apenas de outros
doadores que também são deficientes para a enzima H.
Segundo
a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Ceará é o primeiro estado
brasileiro a realizar o envio internacional de sangue raro para doação.
Com informações do G1 CE
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