A capital do Ceará, que foi também o primeiro estado a libertar seus escravos, também se antecipou ao modernismo nas artes, com a Padaria Espiritual, movimento literário fundado no Centro de Fortaleza por Antônio Sales e um grupo de jovens escritores que, ainda no final do século XIX, antecipariam as conquistas formais e as preocupações temáticas modernistas, que só na década de 20 do século seguinte ganhariam destaque no panorama nacional.
No entre-séculos, um fortalezense se destacaria como pai do nacionalismo na música erudita brasileira: Alberto Nepomuceno, autor compositor que musicou versos de José de Alencar, Machado de Assis e Olavo Bilac, reformou o Hino Nacional Brasileiro, incentivou compositores como Villa-Lobos e causou polêmica entre os críticos ao promover concertos de artistas populares no Instituto Nacional de Música, desafiando os limites da chamada “música séria”.
Já nos anos 30 outra escritora fortalezense, Rachel de Queiroz, chama atenção do País ao publicar “O Quinze”, romance fundamental para a reinvenção da prosa regionalista no Brasil. Rachel se tornaria a primeira mulher a ingressar na Academia Cearense de Letras, consagrando-se definitivamente como um dos maiores nomes da literatura brasileira em todos os tempos.
Na música popular, Fortaleza também chamaria atenção do País na primeira metade do século XX com Lauro Maia, o compositor que criou o balanceio, produziu clássicos da canção brasileira e, para muitos, dialogou com o iguatuense Humberto Teixeira na criação do baião.
O conjunto vocal Quatro Ases e um Coringa, formado por fortalezenses, também se destacou nacionalmente a partir do Rio de Janeiro, onde chegariam, décadas mais tarde, integrantes de outra geração que colocou Fortaleza em relevo no mapa musical brasileiro: o chamado “Pessoal do Ceará”, dos fortalezenses Ednardo, Fagner, Petrúcio Maia e Rodger Rogério, que junto a outros grandes cantores, compositores e instrumentistas conquistariam para os artistas cearenses um lugar na indústria fonográfica brasileira e abririam caminho para novas gerações.
Cidade de espaços culturais
Entre os equipamentos culturais da capital cearense, destacam-se aqueles mantidos pelo Governo do Estado do Ceará, como o Theatro José de Alencar (mais tradicional e simbólico palco das artes cearenses), o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (referência nacional em difusão cultural), o Arquivo Público do Estado do Ceará e o Arquivo Intermediário (com acervo de documentos de vários séculos), o Museu do Ceará e o Museu da Imagem e do Som do Ceará (ambos de visitação essencial para se conhecer a história do Estado e a forma como ela é recontada por diferentes olhares, em diversas épocas).
Também são equipamentos culturais do Governo do Estado localizados em Fortaleza o Teatro Carlos Câmara (antigo Teatrinho da Emcetur, onde estrearam muitos nomes da música e das artes cênicas, atualmente palco para novos valores), o Centro Cultural Bom Jardim (promovendo a descentralização da formação e da difusão cultural), o Sobrado Dr. José Lourenço (espaço das artes visuais e da fotografia), a Casa de Juvenal Galeno (sede de iniciativas literárias, musicais e de artes integradas), a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (responsável por formar profissionais em diversos ramos específicos ligados às artes), o Cine-teatro São Luiz (reinaugurado em dezembro de 1914 e que em breve anunciará nova programação permanente) e a Escola Porto Iracema das Artes, espaço em sintonia com a formação de artistas e técnicos e o desenvolvimento de projetos artísticos contemporâneos, em linguagens como música, teatro e audiovisual.
Fotos: Felipe Abud
13.04.2015
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