22 de maio de 2017

Governo Temer reduz verba da PF e equipe da Lava Jato, diz jornal

Movimentação na sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, durante operação da força-tarefa da Lava-Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira. A operação teve início após a delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves pedindo a ele R$ 2 milhões
Em 2017, a Polícia Federal viu serem reduzidos o seu orçamento previsto e a quantidade de delegados dedicados exclusivamente à investigação contra desvios na Petrobras. Segundo o blog do jornalista Fausto Macedo, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, a verba da PF caiu 44% durante o governo do presidente Michel Temer (PMDB), iniciado em maio de 2016.

Até dezembro, a Operação Lava Jato – maior operação contra a corrupção da história brasileira – contava com nove delegados dedicados exclusivamente à condução das suas investigações. Agora, segundo o blog, os 180 inquéritos contra políticos, empresários e ex-diretores da Petrobras ficaram concentrados em apenas quatro profissionais.

A redução geral no orçamento da Polícia Federal acarreta em diversas economias que prejudicam as megaoperações. Entre as reduções de custo, estão hospedagem de equipes e até combustível de viaturas utilizadas. Ao jornal, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, afirma que os valores destinados esse ano dão conta apenas de manutenção. “O investimento já é quase zero. O custeio é para movimentar a máquina. Vai paralisar as atividades. Em um orçamento que já é pequeno, cortar 44%, vai parar”, afirmou o delegado.

Na avaliação de Sobral, cortar o orçamento é a “espada” que o governo dispõe para dificultar as atividades da PF. “O contingenciamento é sempre uma espada no nosso pescoço, que o governo pode usar a qualquer tempo, e com isso, paralisar as nossas atividades, em razão da nossa falta de autonomia orçamentária financeira”, explicou. Em nota enviada ao jornal, o Ministério da Justiça alegou que o contingenciamento é “linear” e atinge todas as áreas. A pasta defendeu também que os cortes não vão “afetar o andamento da Lava Jato”.

Com informações da Revista Veja

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