
Em 2017, a Polícia Federal viu serem reduzidos o seu
orçamento previsto e a quantidade de delegados dedicados exclusivamente à
investigação contra desvios na Petrobras. Segundo o blog do jornalista Fausto
Macedo, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, a verba da PF caiu 44%
durante o governo do presidente Michel Temer (PMDB), iniciado em maio de 2016.
Até dezembro, a Operação Lava Jato – maior operação contra a
corrupção da história brasileira – contava com nove delegados dedicados
exclusivamente à condução das suas investigações. Agora, segundo o blog, os 180
inquéritos contra políticos, empresários e ex-diretores da Petrobras ficaram
concentrados em apenas quatro profissionais.
A redução geral no orçamento da Polícia Federal acarreta em
diversas economias que prejudicam as megaoperações. Entre as reduções de custo,
estão hospedagem de equipes e até combustível de viaturas utilizadas. Ao
jornal, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF),
Carlos Eduardo Sobral, afirma que os valores destinados esse ano dão conta
apenas de manutenção. “O investimento já é quase zero. O custeio é para
movimentar a máquina. Vai paralisar as atividades. Em um orçamento que já é
pequeno, cortar 44%, vai parar”, afirmou o delegado.
Na avaliação de Sobral, cortar o orçamento é a “espada” que
o governo dispõe para dificultar as atividades da PF. “O contingenciamento é
sempre uma espada no nosso pescoço, que o governo pode usar a qualquer tempo, e
com isso, paralisar as nossas atividades, em razão da nossa falta de autonomia
orçamentária financeira”, explicou. Em nota enviada ao jornal, o Ministério da
Justiça alegou que o contingenciamento é “linear” e atinge todas as áreas. A
pasta defendeu também que os cortes não vão “afetar o andamento da Lava Jato”.
Com informações da Revista Veja
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