Conhecido como 'Clássico Matuto' ou Clássico Mestre Vitalino', as partidas entre a Patativa e o Gavião, mascotes de Central e Porto respectivamente, são sempre disputados no Estádio Luiz José de Lacerda, mais conhecido como Lacerdão. O mais curioso é que ao contrário de outros clássicos pelo país, os encontros entre estes dois clubes são sempre marcados pelo clima de paz e harmonia entre os seus torcedores, que assistem os jogos juntos na arquibancada, sem qualquer divisão e atos de violência.
Enquanto o Central tem no branco e no preto as suas cores, o Porto ostenta no seu uniforme o azul, o preto e o branco. Fundado em 15 de junho de 1919, o alvinegro é um dos clubes mais antigos do futebol pernambucano e tem no título da Segunda Divisão do Brasileiro de 1986 a sua principal conquista. Já o Tricolor do Agreste foi criado no dia 30 de junho de 1993. Apesar da história recente, o clube já foi por duas vezes vice-campeão estadual. Embora a torcida do Central seja maior é notável o crescimento do número de torcedores do Porto com o passar dos anos.
Ao contrário do que muitos possam imaginar, a distância de tempo entre as fundações dos times não significa desequilíbrio nas partidas realizadas entre as equipes. Até hoje foram disputados 44 jogos, com 17 vitórias do Central, 16 do Porto e 11 empates. Até no número de gols marcados, a disputa é acirrada: foram 58 do alvinegro contra 47 do Gavião.
Central e Porto contam com torcedores símbolos, que foram entrevistados peloGLOBOESPORTE.COM para relatar um pouco do amor que sentem pelo clube de coração.
Central
Zenóbio Menezes, de 55 anos, é torcedor centralino apaixonado pela história do clube desde pequeno. O amor pela camisa preta e branca começou quando ainda trabalhava como gandula nos jogos do Central. Ele nunca vai esquecer o dia em que pulou o muro do Estádio Lacerdão, em 22 de outubro de 1986, para acompanhar a vitória da Patativa sobre o Flamengo por 2 a 1, com dois gols do ex-atacante Ronaldo.
Outro momento marcante ocorreu no dia 2 de agosto de 2009, quando ele recebeu por telefone a informação de que o seu neto acabara de nascer durante a partida entre Central e Santa Cruz.
- Estava no estádio, enquanto minha mulher estava acompanhando minha nora e meu filho em um hospital da cidade de Vitória de Santo Antão.
Assim que soube do nascimento do mais novo centralino, Zenóbio procurou o então presidente Ronaldo Lima para mandar que ele registrasse que naquela data tinha nascido o sócio mais novo do mundo, que se chamava Kamã Matheus.
Porto
Geraldo Epifânio, de 51 anos, mais conhecido em Caruaru como 'Geraldo do Porto' é considerado um torcedor folclórico. Ele se orgulha de ser um dos primeiros torcedores a se interessar pelo então iniciante Clube Atlético do Porto.
- Minha paixão vem desde quando o nome do clube era Atlético Caruaru e sua cor era alvirrubra. No entanto, o meu amor pelo time só começou mesmo em 1993, quando surgiu de fato o tricolor Clube Atlético do Porto, até porque anteriormente a equipe perdia muito para o rival da cidade - conta ele, fazendo questão de não pronunciar o nome do principal rival, o Central.
Geraldo também se orgulha de ser o único torcedor a viajar com a delegação pelo Brasil.
- Se forem convocados 24 jogadores, eu sou o vigésimo quinto e fico no mesmo hotel que os jogadores e a comissão técnica.
O portense faz questão de lembrar ainda que já fez parte de várias publicações esportivas referentes ao clube.
- Hoje eu sou conhecido nacionalmente por ter sido citado em três livros publicados sobre a história do Porto. Além disso já participei de 43 matérias de TV e escrevi duas revistas sobre o clube.
Por Vital FlorêncioCaruaru, PE
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