oposição que já se julgava morta, trouxe outra novidade. Na sequência desse instituto, a presidenta, candidata à reeleição, caiu de 44% em fevereiro para 38% em abril. Perdeu 6 pontos nas intenções de voto.
Quem herdou? Ninguém. Esse grupo de eleitores trocou o voto por nada. Não fez opção por outros nomes, apenas juntou-se ao grupo dos indecisos (6%) e dos que responderam que votariam “branco/nulo/nenhum” (19%). Mesmo assim, com esse rombo no casco, a nave de Dilma ainda chegaria em primeiro lugar na corrida presidencial e ganharia no primeiro turno.
Por que os adversários Aécio Neves (16%) e Eduardo Campos (10%) não herdaram os votos perdidos pela presidenta candidata à reeleição? A pesquisa sucedeu às várias semanas de exposição de Dilma aos escândalos, boatos e especulações. Um vendaval criado pela unanimidade da imprensa conservadora, virada inteiramente para a direita, ferindo o governo com muitas mentiras e poucas verdades.
Embora os danos ainda não tenham chegado ao fim, a oposição já alcançou, talvez apenas temporariamente, o objetivo. Tudo foi transformado em escândalos, pisados e repisados pelas emissoras de televisão e de rádio, além de jornais e revistas. Isso chega também no mundo virtual, onde, passo a passo, é reproduzido pelos mesmos jornalistas, o controle de opinião dos “barões da mídia” brasileira.
Esse “pool” informal foi criado com a finalidade de formar o que os acadêmicos identificam, além das fronteiras e internamente, como “eventos midiáticos”. Isso é a base de sustentação da chamada “teoria social do escândalo”. Por ela é atingido o “poder simbólico”, cujo significado é a confiança e a reputação das autoridades governamentais. Essa talvez seja a tradução da “nova política” que propagam por aí, estreitamente vinculada ao escândalo midiático
Os ataques desferidos contra o “poder simbólico” explicam em parte o declínio dos partidos sem ideologia e sem vínculos de classe, como acontece com o PSDB, o DEM e outros parceiros. Sem programa eficiente, buscam, dessa forma, se dirigir ao eleitor para conquistar votos.
É sabido que, no Sudeste, há cerca de 45% do eleitorado brasileiro. É onde, supostamente, a eleição será decidida. Pesquisas do fim de fevereiro, não registradas no Tribunal Superior Eleitoral, feitas por dois dos mais importantes institutos do Brasil, apontavam o porcentual de votos dos três principais candidatos, com grande vantagem da presidenta em número de votos válidos.
As próximas pesquisas no Sudeste dirão o que mudou e quanto mudou. Ou se os eleitores que desertaram agora compraram só o bilhete de ida, ou um de ida e volta.
Carta Capital
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